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PROPAGANDA DISCUTE ASSÉDIO

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Ken Fujioka e Renata D’Ávila: alarmante

O principal assunto da 12ªConferência do Grupo de Planejamento, realizada nesta quarta-feira (15) na Escola Britânica de Artes Criativas, em São Paulo, foi o assédio no ambiente de trabalho de agências, produtoras, veículos de comunicação e serviços do setor.

Sob o tema “Valor e valores”, o encontro foi palco da apresentação da pesquisa “Assédio: realidade, consequências e necessidade de mudança”.

O estudo foi desenvolvido em parceria com o Instituto Qualibest para avaliar os efeitos do assédio sexual e moral no mercado da comunicação.

O resultado alarmante da pesquisa, realizada com 1.400 profissionais da área, mostra que 90% das mulheres e 76% dos homens já foram assediados moral ou sexualmente no trabalho.

Entre as mulheres, 67% apontam assédio sexual e 89% declaram terem sido assediadas de várias formas.

Histórias de assédio relatadas incluem 35% de respostas sobre pressão profissional, sendo que 35% apontaram marcação de tarefas com prazos impossíveis, provocando extensão do horário de trabalho.

Principal alvo do assédio sexual, as mulheres declaram esse ataque na proporção de uma em cada duas pesquisadas.

Um total de 39% delas sofreram com contato físico, aumentando para 64% entre as profissionais de criação. Dos 9% de homens que revelaram já terem passado por abuso sexual, 72% afirmam que isso ocorreu provocado por outro homem.

O infeliz resultado dessas atitudes se revela através de sintomas como crises de choro (75%), síndrome de ansiedade (72%), sentimento de inutilidade (68%), abuso de bebida alcoólica (32%) e diminuição da libido (30%). Entre os que responderam, 10% afirmaram ter tido pensamentos suicidas.

A pesquisa foi idealizada pelo conselheiros do GPAna Cortat, Ken Fujioka e Ulisses Zamboni, encampada pela presidente do Grupo de Planejamento, Renata D’Avila.

ABAP SE POSICIONA

O estudo “Hostilidade, Silêncio e Omissão” feito em São Paulo mostra que, infelizmente, o assédio moral e sexual ( um dos grandes males da nossa sociedade) está claramente presente na nossa atividade, a comunicação. Nós, da Abap, repudiamos e condenamos toda e qualquer prática desrespeitosa em relação à gênero, raça, cor e credo. Mas isso seria o óbvio. Não podemos ficar por aí. O nosso mercado como um todo não pode ficar alheio à esse grave problema e não pode tolerar uma situação tão absurda. A ABAP vai apoiar e participar ativamente de discussões entre todas as entidades do mercado para encontrar formas inteligentes e eficientes de enfrentar o problema. Temos certeza de que todas as entidades da área de comunicação irão participar e contribuir para essa discussão. Mario D’Andrea (presidente  Associação Brasileira das Agências de Publicidade)

Veja o vídeo abaixo com declarações estarrecedoras de profissionais que sofreram assédio no mercado da comunicação publicitária com narração de Clarice Abujamra.