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AFINAL, QUE MULHER É ESSA?

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Branca, loira, magra e bonita. Esse é o padrão da mulher brasileira retratada na propaganda, segundo a própria mulher brasileira. A pesquisa “Mulher na Propaganda”, do Data Popular, realizada para o Instituto Patrícia Galvão, mostra que brasileira não se vê retratada nos filmes e anúncios publicitários, segundo Renato Meirelles, da empresa pesquisadora. O levantamento, desenvolvido no último mês de maio em 100 municípios do País, ouviu mil e 500 pessoas igualmente divididas por sexo. As opiniões femininas, porém, sinalizam um grande descontentamento com a imagem da mulher retratada nas campanhas de comunicação. O Instituto Patrícia Galvão, fundado em 2001, atua no campo do direito à comunicação e direitos das mulheres, que representam 51% da população do País. A organização acredita que a mídia é um espaço estratégico de incidência social e política para defender a igualdade de gênero. O estereótipo feminino na publicidade se identifica com a maioria das mulheres que participam das campanhas de cerveja. Para 62% das brasileiras, a publicidade não mostra a real mulher que além de esposa e mãe ainda trabalha ou estuda e 35% entendem que ela também não é apresentada como uma pessoa inteligente. Uma grande maioria de 84% acha que o corpo feminino é utilizado para vender produtos, 70% crê que a publicidade é ofensiva à mulher e 65% têm certeza de que o padrão de beleza das modelos é infinitamente diferente da realidade. Entre outras justificativas, as mulheres alegam que em 80% dos anúncios a mulher é branca, enquanto 51% da população é negra, mulata ou mestiça. Da mesma maneira, 73% das entrevistadas dizem que as loiras predominam na comunicação, ao contrário do cenário real, que indica uma grande maioria de morenas na população do País.