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GAMBÁ NÃO É CACHORRO NEM PUG É PITBULL

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“Por isso existe o Conar, que escuta os consumidores e cobra ações do mercado publicitário”. Com esse conceito o Conselho Nacional de Auto Regulamentação Publicitária lança nova campanha, criada pela Almap BBDO. Antes do slogan, o comercial “Fifi” pretende fazer uma relação entre uma senhora que cria um gambá como se fosse uma cadelinha encontrada na rua, e criativos que não percebem que estão fazendo algo errado na profissão. O filme, portanto, reforça o comportamento do público que procura o órgão quando entende que, de alguma forma, a propaganda que assistiu ou leu foge dos seus padrões do politicamente correto. A campanha “Quem cria nem sempre percebe o que há de errado. Na propaganda também é assim”, deveria porém ter uma sequência com comercial dirigido ao público que exagera em suas reclamações, aumenta o trabalho do Conar, das agências e anunciantes. Com certeza o órgão é uma das maiores conquistas da categoria, que se autorregulamenta, se pune ou se absolve. Sua missão é ouvir a opinião do consumidor sobre propaganda e cobrar ações do mercado de modo democrático e transparente. Entretanto, grande parte dos processos são abertos já com vereditos antecipadamente conhecidos e a favor dos denunciados, pois o próprio órgão reconhece a inconsistência das denúncias. Em atenção ao seu código de 1977, porém, acaba criando condições para um julgamento cujo resultado apenas confirmará as expectativas. Um novo filme talvez pudesse contar com a mesma velhinha cuidando de um Yorkshire pensando tratar-se de um feroz Rotweiller. Criação de Renato Butori, Rodrigo Resende e Dudu Barcelos, com direção criativa de Pernil e André Gola, direção executiva de Bruno Prosperi e direção geral de Luiz Sanches. Produção da Sentimental, com direção de Amnésia e fotografia de Pedro Cardillo. Som da Cabaret, com locução de Rafael Maia.