Entrevista

“FUTEBOL NÃO É MÍDIA, É PAIXÃO”

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Gustavo Herbetta: ações inovadoras

Desde abril de 2015, quando assumiu a superintendência de Marketing do Corinthians, Gustavo Herbetta promoveu uma profunda mudança no conceito da atividade focada no futebol. Com experiência em agências como DM9 DDB, Publicis, Dialog, McCann e Momentum, inclusive no mercado norte-americano, o profissional finalmente convenceu a diretoria do clube de que futebol não é mídia. Mais do que isso, que é muito caro quando utilizado como tal. “O futebol maltrata o anunciante. Não tem entrega a não ser a exposição da marca, mas que por si só não proporciona resultado em vendas”, explica. “Produto o público consome, mas não ama marcas. Ao contrário, o torcedor ama seu time, nas fases boas e ruins, e não o abandona nunca. Por isso temos que entregar paixão a quem paga para ter sua marca ligada a um clube”, diz Herbetta. Ele baseia seu trabalho em uma série de estudos, indicando que apenas 20% de uma torcida gigantesca como a do Corinthians, com mais de 30 milhões de fãs, efetivamente consome a marca do time. São sócios-torcedores, compram produtos licenciados ou têm seus filhos inscritos nas escolinhas de futebol do time. “É preciso atingir os outros 80% e, principalmente, o novo torcedor, aquele jovem que trocou a TV pelo computador, notebook ou smartphone. Que quer ver na Arena de seu clube ações inovadoras e não apenas entoar cantos tradicionais de torcidas organizadas. “O público do futebol está mudando e temos que mudar junto. Nosso departamento no Corinthians é praticamente uma agência de comunicação completa. Temos Atendimento, Criação e profissionais especializados em redes sociais”, explica. Atualmente, Gustavo Herbetta se dedica ao contrato do naming rights a ser anunciado em breve e que vem sendo discutido há 7 meses com o novo investidor. “Na verdade eles não querem o nome ou uma de suas marcas no estádio ou na camisa. Eles querem projetos inovadores, ativação, promoções, ou seja, tudo o que possa favorecer seus negócios no país. E é isso que estamos elaborando minuciosamente para apresentar ao público somente quando tudo estiver concluído. Esse contrato de naming rights vai comprovar nossa tese de que futebol não é mídia. É um agente transformador, uma plataforma importante para grandes marcas no mundo atual”, conclui.