Entrevista

ENTRE TOMBOS, ACERTOS E INFLUÊNCIAS

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João Livi: ideiocracia

Entrar para o top ten da propaganda brasileira em um ano difícil da economia, com a conquista de importantes clientes como Honda, Claro, Mondelez, entre outras, é uma vitória de equipe.

A Talent Marcel iniciou essa trajetória ascendente em outubro de 2015, quando o grupo Publicis que a controla empreendeu algumas mudanças estruturais importantes.

A própria nova denominação da agência começou ali, através de um processo de co-branding entre a brasileira Talent e a francesa Marcel.

Na época, o então presidente José Eustachio se tornou chairman e o COO e CCO João Livi trocou de letras para assumir o cargo de CEO.

O resultado do trabalho surgiu agora, no início deste 2017, através da divulgação do ranking de agências elaborado pela Kantar Ibope Media.

Da 20ª posição a Talent Marcel pulou para o 9º lugar, principalmente pela conquista das contas já mencionadas, além de Giraffas e Tostex e Movida Rent a Car. Sua estreia na Mondelez se deu através do atendimento às marcas Tang, Fresh e Royal.

Como novo comandante, o criativo João Livi assumiu a responsabilidade de continuar a história de sucesso da agência que Júlio Ribeiro fundou em 1980.

História que ele ajudou a construir com campanhas vitoriosas para clientes como Ipiranga, Tigre e Net TV.

A seguir ele fala do novo momento da agência:

A Talent sempre foi reconhecida como uma agência presidida por um planejador porém muito criativa. Hoje é presidida por um criativo e continua focada no planejamento?

Somos focados em inteligência, em conhecer os mercados, em fazer coisas que realmente movam os ponteiros. Ninguém mais quer uma agência de atendimento ou de planejamento ou de criação, pelo simples fato de que visões parciais não entregam mais o resultado desejado.

Cases para Ipiranga, Tigre e Net comprovam que o trabalho da agência é unificado e com mesmo peso para todas as áreas da agência?

Unificado, integrado, coerente e durável, sim. Nosso pacto é a eterna busca pela excelência em todas as áreas, mas de forma solidária e flexível. A melhor ideia, conceito e caminho ganham. Trata-se de uma ideiocracia.

O que mudou com a chegada da marca Marcel à agência? Como essa rede do grupo Publicis pode alavancar negócios?

A Marcel é absurdamente ousada e vem de um background superdigital, no sentido cultural. São atributos que nos interessavam muito para que a Talent continuasse a ser a agência que sempre foi: parceira nos negócios e orientadora da comunicação dos seus clientes.

Após quase um ano e meio na presidência você vê a Talent Marcel aparecer no ranking como a agência de maior crescimento. O fato de estar no Top 10, ajuda a ganhar clientes?

Quanto mais perto do número 1, mais difícil ganhar clientes, porque as categorias que você ainda pode atender vão escasseando. Mas, obviamente, existem vários negócios ainda a conquistar e categorias novas de anunciantes surgindo todos os anos. Tudo é muito dinâmico e isso é ótimo.

Você está na Talent há muitos anos, consolidou aí sua carreira. Como usa as lições do fundador Júlio Ribeiro e a parceria com José Eustachio?

Uma parte você desenvolve sozinho com os tombos e acertos. Outra, você absorve de pessoas interessantes com quem conviveu. O Zé, o Júlio, o Fabinho Fernandes, o Petit e o Tom Carvalho me influenciaram muito. De vez em quando, ainda me pergunto como tal pessoa resolveria este problema, o que é um bom começo.