“VISIONÁRIO” APOSTA NO T-COMMERCE

Ex-Aprendiz, ganhador da terceira edição do programa, defende tecnologia de comércio online via Smart TV

Ao ser anunciado como vencedor “do Aprendiz 3” em setembro de 2006, o gaúcho Anselmo Martini foi definido pelo apresentador do reality, Roberto Justus, como um “visionário”.

“Lembro que o Anselmo era um profissional muito à frente do seu tempo, com uma clara visão de futuro e das possibilidades que a tecnologia ainda viria a oferecer”, diz o chairman do grupo Newcomm.

Anselmo cumpriu à risca o destino do ganhador da atração. Trabalhou um ano na Wunderman de Nova York, conforme determinava a premiação, que incluía 500 mil reais além de um emprego de 12 meses em uma das empresas da holding de Justus.

“Mas ele não quis renovar, preferiu se mudar para Los Angeles, abrir uma produtora de conteúdo e seguir sua intuição”, recorda Justus. E assim ocorreu, Anselmo se estabeleceu nos Estados Unidos, produziu filmes e comerciais, atuou como ator e hoje é membro da Screen Actors Guild, a federação norte-americana de artistas de Rádio e Televisão.

Nunca deixou, porém, de pensar no Brasil e no potencial do mercado nacional. Em abril deste ano abriu aqui um dos escritórios do grupo CinemallTec, baseado em Santa Mônica, Califórnia, do qual é vice-presidente global de Marketing.

Cinemall é uma plataforma de tecnologia que possibilita a aquisição de produtos em tempo real enquanto o telespectador assiste seus filmes, seriados e shows na TV.

Como toda novidade e principalmente por depender de um volume considerável de smartTVs, capazes de promover essa interatividade, o chamado T-Commerce ainda engatinha no país.

Cautelosas, as emissoras, principalmente as de sinal aberto, mesmo já transmitindo no formato digital, preferem esperar os resultados de um primeiro teste, em curso entre o Cinemall e a Rede Brasil de Televisão (RBTV).

O acesso se dá através de um ícone Cinemall localizado no canto esquerdo da tela. Ao clicar e efetuar o login para continuar a compra, toda a transação acontece na plataforma. A parte logística fica a cargo dos e-commerces e marketplaces parceiros da empresa.

Anselmo, porém, não tem dúvidas de que o T-Commerce é o futuro da comercialização online via TV e que a plataforma desenvolvida após três anos e meio de pesquisas em San Francisco, efetivamente funciona.

A seguir, Anselmo Martini responde a perguntas do Blog.

Qual a previsão do Cinemall com relação ao número de emissoras parceiras até o final de 2017?

Como o T-Commerce em geral é um mercado novo e pioneiro não somente no Brasil, mas também no mundo, é difícil estimar o número de emissoras que Cinemall terá até o final do ano. Nosso plano é não só termos diversos canais conosco, porém acima de tudo divulgar esta nova tecnologia para o público se sentir seguro e com o conhecimento para usá-la.

Que resultado do acordo com a TV Brasil pode ser um estímulo para novos contratos?

Nossa parceria com a Rede Brasil de Televisão continuará a expandir-se em número de conteúdo, produtos e disponibilidade para os espectadores/consumidores. A possibilidade das empresas de todas áreas conhecerem o Cinemall por meio da RBTV, com certeza ajudará com que outros se interessem por nossa tecnologia. Nosso piloto com a emissora deve crescer em todos os níveis e junto com futuros parceiros transformará o T-Commerce em algo comum e de grande uso no Brasil.

Quem é o responsável pelo contato com possíveis anunciantes de acordo com a programação que a emissora vai apresentar?

Como o Cinemall integra produtos presentes no vídeo com a disponibilidade de venda dos mesmos produtos, todas as possibilidades são viáveis. por exemplo, se a TV tem um patrocinador em um programa, basta colocarmos o produto que aparece desta marca no marketplace integrado ao Cinemall para começar a vender. Outra possibilidade é se nosso parceiro de marketplace tem um produto que podemos colocar em um programa ou seriado de TV, colocamos e integramos gerando a venda. E se um filme, ou seriado famoso que está sendo exibido no canal que possui Cinemall, nesse caso procuramos produtos que estão no filme e presentes no parceiro de marketplace e desta forma a integração do produto com o conteúdo é feito.

Estamos falando de que tamanho de público com acesso a esse serviço? Qual a porcentagem de TVs inteligentes hoje no país?

Não existe um número de um público consumidor de T-commerce hoje no mercado. Porém estamos falando de números de uso, clicks e também valores econômicos muito altos. O número de Smart TVs no Brasil ainda é menor do que em países evoluídos, especialmente os EUA. Mas vejo como um fato favorável, pois significa um mercado em potencial para a educação do consumidor com referência a uma nova tecnologia como o Cinemall. Segundo o Ibope, o brasileiro passa 1/4 do seu tempo à frente da TV e tem preferência por TVs de 42 polegadas ou maior. Com a disponibilização cada vez maior de Smart TVs por preços menores e facilidades de parcelamento na compra, o mercado deve fazer uma troca e modernização dos aparelhos de forma muito rápida. As vendas de aparelhos SmartTV ultrapassaram 50% em 2015. O ponto chave para uma tecnologia de T-commerce hoje é a TV, porém também temos o acesso à Internet, esses dois componentes juntos ditam o avanço do mercado de T-commerce no Brasil.