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VERDADES E MENTIRAS DE OLIVETTO

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“Cansei de ler inverdades a meu respeito. Agora resolvi contar as minhas próprias mentiras”

A história de Washington Olivetto é a história da  moderna, criativa e premiada propaganda brasileira. Sua trajetória na atividade também é conteúdo da história da publicidade no mundo. Atual consultor do McCann World Group, ele lança na noite de hoje (9), na Livraria Cultura do Shopping Iguatemi, em São Paulo, seu mais novo livro “Direto de Washington”.

Ganhador do primeiro Leão de Ouro do Brasil em Cannes, Washington Olivetto conquistou todos os prêmios do mercado publicitário nacional e internacional, entrou para o Guinness Book, inspirou personagem de novela, virou letra de músicas de sucesso, batizou pratos em restaurantes famosos, selo do correio do seu país, vice-presidente do seu time de futebol, cidadão carioca sendo paulista e commendatore italiano sendo brasileiro. 

Seu relato detalha com riqueza campanhas memoráveis como “O Primeiro Sutiã”, “Garoto Bombril” ou “Casal Unibanco”. A autobiografia chega às livrarias pela Editora Sextante (Selo Estação Brasil).

“Este livro é uma tentativa de contar um pouco da minha trajetória e das influências e circunstâncias que me ajudaram, direta ou indiretamente, a realizar o que tenho feito. Quando minha mulher me perguntou por que eu finalmente tinha decidido aceitar o convite para escrever essas histórias, respondi com a frase de efeito “Cansei de ler inverdades a meu respeito. Agora resolvi contar as minhas próprias mentiras”. A frase é divertida, parece ser do Grouxo Marx, mas é minha. E não é verdade”, diverte-se Olivetto.

Ao narrar vários momentos de sucesso e outros de fracassos e frustrações, o publicitário mostra como sempre contou com a colaboração de brilhantes profissionais e, na maioria dos casos, aprendeu muito com eles. Alguns desses profissionais são citados em situações em que ele considerou fundamental para a narrativa e o entendimento da história.

“É evidente que, nesses anos todos, não tive só sucessos, assim como não criei absolutamente nada sozinho, porque, no meu ofício, ninguém faz nada sozinho”, explica.

Com 21 capítulos, “Direto de Washington” não tem ordem cronológica. Olivetto resolveu escrever de acordo com o que foi lembrando, entre outubro de 2016 e dezembro de 2017, durante várias noites e fins de semana que passou entre São Paulo, Rio de Janeiro e Londres, cidade em que está morando agora para acompanhar os estudos dos filhos adolescentes, Antônia e Theo. E onde atua como consultor criativo da McCann Europa.

“A maior parte dos publicitários anda com publicitários, conversa com publicitários, namora com publicitários, se casa com publicitários e acaba fazendo a publicidade que já foi feita. É bastante comum dois casais de publicitários saírem para jantar e passarem a noite inteira falando dos seus trabalhos. Optei então por me realimentar de outras coisas, como a literatura, a música, as artes plásticas, o cinema, a fotografia, o teatro, o esporte, a arquitetura, o design. Sempre tive o mesmo interesse por aquilo que é considerado intelectualizado e por aquilo que é tido como vulgar. Sempre fui do útil ao fútil, porque sei que nada é inútil para quem precisa conhecer todas as linguagens”, revela Olivetto

Com imagem de capa assinada pelo fotógrafo Sebastião Salgado e texto de orelha escrito pelo correspondente internacional Luis Fernando Silva Pinto, o livro ajuda a compreender um pouco mais como o grande publicitário criou o seu melhor personagem: ele próprio.