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UMA HISTÓRIA EM BRANCO
Publicado emDizem que mulheres não sabem o que é impedimento. Não é verdade. Entre 1941, a partir de decreto do então presidente Getúlio Vargas, até 1979, elas foram proibidas de jogar futebol no Brasil.
A ação do governo seguiu exemplos de países como a Inglaterra, que manteve esse impedimento entre 1021 e 1071, Alemanha, de 1941 a 1971 e França, no mesmo período.
Mas apesar da proibição, muitas continuaram jogando e até apitando, com perfeito entendimento de todas as 17 regras do esporte, inclusive sobre impedimento. Só que suas histórias nunca foram contadas.
Atrás da correção da história, o Google Arts & Culture e o Museu do Futebol, em parceria com a rede de estúdios criativos AKQA, lançaram o Museu do Impedimento, uma experiência digital colaborativa para retratar os anos de proibição do futebol feminino no país.
“Queremos dar visibilidade à importância de recuperar a história do futebol feminino no Brasil e garantir que um público mais amplo tenha a oportunidade única de conhecer as histórias dessas mulheres pioneiras que continuaram jogando bola mesmo nos anos de proibição e abriram as portas para as novas gerações”, explica Lauren Pachaly, diretora de Marketing do Google Brasil.
Até 23 de junho, as pessoas poderão compartilhar documentos, como vídeos, áudios, fotos e depoimentos de suas coleções pessoais dos anos de proibição do futebol feminino. Basta fazer o upload do material direto no site da ação. museudodoimpedimento.com.
“É emocionante saber que através desse projeto temos a oportunidade de contar parte da história que permanece em branco, referente aos anos de proibição do esporte”, diz Camila Machado, atendimento da AKQA.
Para incentivar a colaboração das pessoas e divulgar a iniciativa, a campanha criada pela AKQA é protagonizada por pioneiras do esporte, como a primeira árbitra oficial de futebol Léa Campos e a artilheira do futebol brasileiro Mariléia dos Santos.
“Me apaixonei pelo projeto porque fui surpreendida por ele. Como joguei bola durante anos, pensar em traduzir essa “não história” em imagem e dar voz a um período em branco me instigou bastante. Foi o gatilho para transformar imagem em reflexão, em soco no estômago, em poesia”, resume Rafa Carvalho, diretora de cena do filme.
O filme da campanha tem produção da Iconoclast e trilha da Antfood. As demais peças possuem fotos de Livia Wu, site por Slikland/Madre e conteúdos extras dirigidos por Bruno Zanetti.