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TATUAGENS RESSIGNIFICAM VIOLÊNCIA
Publicado emCriado, produzido e dirigido por Shunji Ikuta, Thiago Beck, Lucas Dias em parceria com a Cindy9, o clipe da musica “Um Sopro” convida mulheres que sofreram marcas de violência na pele, para remarcarem suas cicatrizes do passado com tatuagens de suas novas marcas, do empoderamento e do amor-próprio.
A música “Um Sopro” da banda PAD, é sobre alguém que transformou a cicatriz do abuso em uma nova marca.
O documentário aborda relacionamentos abusivos que deixam marcas permanentes que não permitem esquecer o passado. Mas ressignificar essa experiência de uma maneira que fortalece a seguir em frente no presente, sempre é possível, diz a mensagem.
Shunji, Thiago e Lucas atuam no mercado publicitário em várias produtoras, inclusive na Cindy 9.
E apesar da maioria de seu trabalho representar comerciais, decidiram abordar o assunto sem conhecer a atuação da tatuadora Fabiana Rosseti, que em 2019 iniciou o processo de cobrir gratuitamente marcas de violência em tatuagens para mulheres vítimas de violência.
“Só descobrimos sobre ela muito depois quando já estávamos próximos do processo de filmagem. Ela foi chamada para participar do clipe e contar sua história, mas infelizmente não conseguiu devido sua agenda e questões pessoas”, explicam os realizadores.
O clipe documental revela mulheres que foram agredidas em relacionamentos abusivos e marcadas por violência na pele para contar suas histórias. O filme permeia a relação de mulheres e seus agressores, entre elas a de uma bailarina, que sofreu violência doméstica e conta sua história e renascimento através do movimento da arte e corpo de sua dança, que mistura balé clássico e dança contemporânea.
Para acobertar as marcas da violência, o filme viaja por um estúdio de tatuagens, onde as personagens não se intimidam em contar seus traumas e ter a chance de trocar as marcas na pele por outras.
As tatuagens simbolizam sua própria força, cura e amor-próprio, cobrindo as cicatrizes da violência, para que superem suas dores e sigam em frente.
A letra escrita por Fabio Noogh testa o limite do ser humano entre a dor, desespero e fragilidade para a lógica, a superação e, talvez, a sanidade.
“Quem nunca se apaixonou perdidamente por alguém a ponto de não querer enxergar defeitos intolerantes, mesmo visíveis e obscuros? Quem nunca cedeu à tentação ou sentiu vontade de experimentar situações ou substâncias que provocam sensações de prazer, felicidade, bem-estar ou adrenalina, mesmo sabendo dos males e efeitos colaterais que causam, só para tentar apaziguar a mente ou elevar o ego? Um Sopro serve para lembrar que: existem saídas mesmo nas situações mais difíceis; que não faltam canais de auxílio adequados e pessoas devidamente preparadas para nos orientar e salvar quando mais precisamos; e que não somos perfeitos, mas mais fortes e resilientes do que imaginávamos”, explica Fabio Noogh, vocalista do PAD.