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LALIGA EA SPORTS AMPLIA LUTA CONTRA O RACISMO
Publicado emMaior vítima de racismo na Espanha nas duas últimas temporadas em jogos da LaLiga, o brasileiro Vinícius Júnior se tornou ícone da luta contra o preconceito de cor.
A gota d’água foi em maio deste ano, em partida contra o Valência, quando o atacante denunciou os agressores, perdeu a calma e acabou expulso pelo juiz Ricardo de Burgos Bengoetxea, que entretanto paralisou o jogo por 9 minutos em razão das manifestações de torcedores locais.
Pouco antes do início da edição 2023/24 do campeonato espanhol, que acontece nesta sexta-feira (11), a entidade que realiza a competição anunciou que continua com o compromisso de combater o ódio e a intolerância no esporte.
O Real Madri de Vinícius Júnior estreia no LaLiga EA Sports neste sábado (12) contra o Athletic Club no estádio San Mamés, na cidade de Bilbao, no norte da comunidade autônoma do país Basco, capital da província de Biscaia.
A partir desta temporada, todas as iniciativa anti-racistas serão reunidas em uma nova plataforma, a LaLiga VS Racismo, com o objetivo de erradicar o racismo no futebol.
A LaLiga VS Racismo está aberta a partes interessadas, incluindo clubes, torcedores, instituições e aqueles que buscam apoiar a abordagem de tolerância zero ao racismo.
A nova plataforma também oferece acesso direto ao canal de denúncias, para que membros do público possam fornecer, em tempo real, informações relacionadas a quaisquer atos discriminatórios ocorrendo dentro ou fora dos estádios.
“O racismo tem sido há muito tempo uma questão de grande preocupação para nós. A LaLga VS Racismo nos ajudará a avançar em nossa luta contra o racismo e a intolerância no futebol. Por anos, temos condenado incidentes racistas. A partir desta temporada, agora esperamos abordar o problema de forma mais global, com maior envolvimento de clubes, torcedores e parceiros”, diz Javier Tebas, presidente da LaLiga.
Entre outras medidas, clubes participantes também exibirão mensagens nos estádios contra o racismo e apelo ao respeito e inclusão, adesivos com QR code nas arquibancadas para relato de incidentes sobre o tema, e a mensagem LaLiga VS Racismo nas braçadeiras de todos os capitães dos times.
A perseguição ao craque brasileiro na Espanha começou em outubro de 2021, após vitória por 2 a 1 do Real Madrid no Camp Nou. Na ocasião, Vinicius Jr. foi insultado pelos torcedores do Barcelona após ser substituído.
Em vitória do Real sobre o Mallorca por 3 a 0, torcedores do time da casa foram flagrados insultando Vinicius Jr. durante a partida. Câmeras de TV mostraram que os mais exaltados chegaram a jogar bananas para o atleta e imitaram sons de macaco.
Em setembro de 2022, antes de um clássico contra o Atlético de Madrid, no dia 26, Vinicius Jr. foi alvo de um programa de TV muito popular na Espanha por dançar nas comemorações de gols. Um dos integrantes chegou a declarar “pare de fazer macaquices”. A situação deu início ao movimento “Baila, Vini”, que teve apoio de diversas estrelas do futebol mundial.
Em dezembro do ano passado, torcedores do Valladolid, time presidido pelo ex-atacante Ronaldo “Fenômeno”, atacaram o brasileiro, que sofreu ofensas racistas.
Em novo jogo contra o Atlético de Madri, no mês de aneiro deste 2023, Vini foi alvo de uma cena grotesca, quando torcedores adversários penduraram um boneco enforcado em uma ponte na cidade de Madri.
No mês seguinte o atacante voltou a ser alvo de racistas em partida contra o Mallorca, quando um torcedor o chamou de “mono”. Esse caso terminou em identificação do criminoso, que foi impedido de frequentar estádios por um ano e multado em 4 mil euros.
Dias depois, contra o Osasuna, novamente câmeras de televisão flagraram insultos contra o jogador do Real Madrid. Xingamentos e situações mais pesadas também aconteceram, como relatou o goleiro Courtois. “Chamaram ele de “filho da p***” no minuto de silêncio, cantaram “morra, Vinicius”.
Em março passado, durante o empate sem gols entre Betis e Real Madrid, fãs do time alviverde chamaram o atacante de “macaco” e viraram alvos de uma queixa prestada ao Juizado de Instruções de Sevilha, com imagens de televisão como prova.
Duas semanas depois, num clássico contra o Barcelona, novas manifestações racistas ocorreram durante vitória catalã por 2 a 1 sobre o Real.