Entrevista

PRESIDENTE COMEMORA FESTIVAL DO CCSP

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Campos: referências de fora

O Clube de Criação de São Paulo encerrou a edição 2014 de seu vitorioso festival com mil e 200 convidados, 83 peças premiadas com Estrela e 200 incluídas no seu 38º Anuário, assinado por Marcos Medeiros e André Kassu, sócios brasileiros da Crispim, Porter + Boguski, que este ano ganhou uma versão digital. Mais do que isso, o evento reuniu personalidades de agências, veículos, anunciantes e fornecedores numa extensa e interessante programação de debates coordenada pela jornalista Laís Prado. Os 102 jurados das várias categorias de prêmios concederam 20 Estrelas de Ouro, 30 de Prata e 33 de Bronze, e a F/Nazca S&S foi a agência mais premiada, seguida pela Almap BBDO. O Hall da Fama do CCSP ganhou como novos membros Júlio Cosi Jr, in memorian, Ana Carmem Longobardi e Camila Franco. O Anunciante do Ano foi a Fiat, representada no evento pelo seu diretor de Publicidade e Marketing de Relacionamento, João Ciaco. A dupla da Miami Ad School/ESPM conquistou o prêmio Estudantes, com o case “Connect Player”. Além da premiação tradicional, o CCSP entregou a Estrela Preta, dedicada à idéia mais ousada do ano, ao case “Speaking Exchange”, da FCB Brasil para o CNA, e a Estrela Verde, para a melhor campanha social, ao “Enterro do Bentley”, da Leo Burnett para a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos. A seguir, Fernando Campos, presidente do CCSP, responde ao Blog:

O total de 83 estrelas e 200 peças anuário estava dentro das expectativas de premiação deste ano?

Sim. Na verdade não há um “número mágico”, nem uma meta. Existe sim uma percepção de que, a não ser em um ano espetacularmente criativo, não existam ouros em todas as categorias, e mesmo que haja um número de categorias sem premiados. O critério do júri do CCSP é notoriamente rígido e queremos mantê-lo assim.

Como festival você acha que o CCSP cumpriu a missão de oferecer palestras e debates dos temas mais atuais do mercado?

Completamente. E mais: cumpriu a missão de trazer referências importantes de fora do universo publicitário, para que possamos respirar mais e melhor do ponto de vista criativo.

Nos últimos anos as agências brasileiras mais premiadas em festivais internacionais têm sido a Almap, Ogilvy, Leo Burnett e FCB. O resultado do Anuário foi um pouco diferente. A que você atribui isso?

A uma série de fatores. Um deles é a decisão de cada agência sobre onde investir seu budget de festivais. A concentração do budget de uma agência em Cannes pode provocar sim uma diferença entre o resultado neste festival e em outros, claro. Outra coisa é o critério de cada júri, que é soberano. Um argumento que não pode jamais ser considerado é “mas essa peça ganhou em Cannes”, como argumento de defesa para “subir” a premiação de uma peça. Ora, se fosse assim nem precisava juntar um júri, certo?

Você acha que o anuário digital vai acabar com a versão original impressa?

Acho que vai “resignificar” de vez o impresso. Antigamente o impresso era símbolo e ferramenta. Ele foi, pouco a pouco, deixando de ser ferramenta, com a facilidade crescente de buscar referências e inspiração na plataforma digital. Agora, o anuário digital retoma o papel da ferramenta e deixa o impresso livre pra ser um belo e importante símbolo. Mas não acredito que a gente continue imprimindo um monte de anuários em papel no futuro. Será uma tiragem cada vez mais limitada e especial.