DA AMÉRICA LATINA PARA O MUNDO

Como um argentino chegou a diretor mundial de criação de uma rede tão importante no cenário publicitário global como a Saatchi & Saatchi? Para Pablo Del Campo, o próprio, a explicação é muito mais modesta do que seu reconhecido talento. Como ele diz, profissionais de destaque das principais agências europeias e norte-americanas acompanharam as transformações da comunicação e mudaram de indústria. “Enquanto eles se foram para empresas virtuais como o Google, ou para o universo do entretenimento na Pixar ou ainda dos games, para Play Station, nós ficamos por aqui criando com nossa simplicidade, porém com muita garra e vontade de realizar bons trabalhos”, disse. Del Campo, que emprestou seu nome à Nazca de Buenos Aires, do grupo S&S, abriu o ciclo de palestras da edição 2014 do El Ojo de Iberoamerica. Outro destaque do primeiro dia de conferências do festival foi o brasileiro Fernando Campos, presidente do Clube de Criação de São Paulo.

O sócio da Santa Clara, que apresentou o melhor do Anuário do CCSP deste ano, afirmou que o criativo atual está muito mais inserido no negócio do cliente, e que deixou de ter um ego maior do que seu talento. “Se o profissional não apurar sua visão estratégia e procurar com afinco a solução para os problemas das marcas que atende, não vai vencer os desafios dos dias de hoje”, disse. Luis Silva Dias, diretor de Criação da FCB Europa e presidente da agência portuguesa da rede, incluiu entre os cases históricos da agência, os premiadíssimos “Speaking Exchange”, para CNA, e “Anúncio Protetor” de Nivea, GP de Mobile em Cannes 2014, ambos criados pela FCB Brasil. A abertura da 17ª edição do El Ojo contou ainda com palestras de Barry Wacksman, Chief Growth Officer da R/GA Worldwide, e Rob Schwartz, global creative president da TBWA Worldwide, abordando o sugestivo tema “La muerte de la publicidad y el nacimiento de la programacion de marcas”.