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VENDA DA NEOGAMA PASSA POR “IMBRÓGLIO”

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Gama: desmentido mas ouvindo propostas

Em férias, Alexandre Gama emitiu um curto comunicado para desmentir a venda de sua Neogama para um grupo multinacional por R$ 500 milhões, como sugeriu a coluna “Radar”, de Lauro Jardim, na revista “Veja”. Segundo ele, houve muitas propostas de vários grupos e todas foram pelo menos ouvidas. Entretanto, garante estar feliz com sua associação com a rede BBH até o momento. Vender agora a Neogama, com um prazo de permanência no comando da agência, não parece um grande absurdo para a carreira de sucesso do empresário Alexandre Gama. O problema é que com 35% das ações da agência, a rede BBH transferiu para a Neogama, por exemplo, a importante conta de Omo, da Unilever, concorrente direta da Procter & Gamble, cliente do outro personagem da história, o grupo Publicis, que detém 48% da BBH. Ou seja, depois de comprar a Talent e a DPZ, o caminho natural de crescimento da Publicis Groupe no Brasil e América Latina passaria pela aquisição da Neogama. Essa relação, porém, já existiu, quando a Neogama, então vinculada ao grupo BCom3, viu o mesmo Publicis comprá-lo e tentar comandar sua operação. Na época, Gama conseguiu se desvincular do BCom3, recomprando 40% de suas ações que estavam com a Leo Burnett, integrante daquele grupo com a Dentsu e DMB&B. Ao repassar 35% para a BBH, Gama acabou novamente ligado à Publicis, que comprou 48% da rede inglesa. Um verdadeiro imbróglio, já que informações do mercado indicam um desentendimento crônico entre Gama e Maurice Lévy, chairman do Publicis. Caso outro grupo entre na disputa, já que WPP e Dentsu desenvolvem expansão latino-americana, a briga com os franceses deve render ainda muita discussão.