Entrevista
EXECUTIVOS FALAM DA MARCEL BRASILEIRA
Publicado emNo início do mês, ao completar 35 anos de fundação e 5 como integrante do grupo multinacional francês Publicis, a Talent, criada por Júlio Ribeiro, adotou o sobrenome Marcel. E além de incorporar uma das marcas mais inovadoras de publicidade mundial, também se propôs a atuar no modelo Noline, ou seja, privilegiando a ideia, independente de sua área de origem. Na nova agência, José Eustachio assume o cargo de chairman e João Livi a função de CEO. Eles falam ao Blog sobre a nova empresa:
A fusão das marcas Talent e Marcel indicam uma nova agência, com possibilidade de expansão, ou trata-se de um case único no Brasil?
Eustachio: A inciativa de trazer a bandeira Marcel para o Brasil e agregar à marca Talent foi nossa. A motivação está em, mais uma vez, renovar o modelo de trabalho da agência. Certamente que a Talent Marcel é um importante fato para a Marcel em termos internacionais. Fortalece o conceito de rede, ao mesmo tempo em que traz o know how de pensamento estratégico e criação de conceitos poderosos traduzidos em comunicação de alto impacto.
Desde a aquisição da agência pelo grupo Publicis essa ideia de agregar outra marca já vinha sendo discutida?
Eustachio: Fazemos parte do Publicis Groupe desde 2010. A ideia de trazer a Marcel para o Brasil surgiu somente há três anos. Esse movimento nasceu na medida em que fomos nos interessando por conhecer mais de perto as empresas do grupo, em especial aquelas que tem um trabalho realmente inovador. Ao conhecer a Marcel, imediatamente, nos identificamos com a forma como pensam. Foi tudo muito natural e fluido.
A característica predominantemente digital da Marcel vai prevalecer no país ou trata-se de um plus da Talent para os clientes?
Livi: Na nossa opinião, nem uma coisa nem outra. Já oferecíamos esse plus. A Talent sempre se caracterizou por ter o poder de recomendar toda a comunicação dos seus clientes. As características da Marcel nos ajudam a manter esta posição. O tema noline expressa primeiro pensar no produto de comunicação, depois distribuí-lo de forma eficiente, de acordo com o target, verba e objetivo.
O case de Intermarché pode ser aplicado no Brasil, conhecido como um dos países que mais desperdiçam alimentos no mundo?
Livi: Mesmo com um grande contingente de pessoas vivendo em níveis de pobreza, de fato, desperdiçamos alimento, espaço, recursos, gente, de forma extravagante. Claro que Intermarché poderia ter sido feito aqui. Mesmo com um gap em relação à urgência de certas atitudes, uma parcela dos brasileiros tem se mostrado disposta a mudar de hábitos. Também acrescentaria que o case citado é emblemático de uma época em que atos falam mais alto do que anúncios. Essa é a vocação das marcas e da publicidade para os próximos anos, sem dúvida.