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ENTRE A PEGADINHA E A PROPAGANDA

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Fossem totalmente pegas de surpresa, algumas das “vítimas” das aterrorizantes “pegadinhas” do programa Silvio Santos certamente teriam passado por unidades de pronto-atendimento cardiológico. Óbvio que de alguma forma são preparadas para enfrentar os sustos. No mínimo, instruídas de que algo vai surpreendê-las durante a gravação. Claro também que assinam um contrato de autorização de uso de imagem ao concordarem em se expor às câmeras nem tão escondidas assim. São engraçadas, divertem o público que finge acreditar ser tudo aquilo verdadeiro. Parte desse público é o mesmo que crê nos “barracos” familiares em programas vespertinos, nos testes de fidelidade ou nos imbróglios de casais que terminam com um exame de DNA. Outra parcela de telespectadores acompanha fielmente reality shows mesmo discordando da decisão de jurados, de chefs transformados em estrelas ou de votações online, por telefone ou redes sociais. Mas acompanha. E torce. Mas quando o formato vira propaganda os críticos não perdoam. Como se a publicidade tivesse a obrigação de ter a seriedade que não cobram dos programas de televisão. Bola da vez, a Heineken enfrenta desconfiança e acusações pela ação “The Cliché” que a Publicis criou e  a Hungry Man produziu. Incrível a suposição de que profissionais reconhecidos como o presidente da agência Hugo Rodrigues ou a vice-presidente de Marketing da Heineken Brasil, Daniela Cachich estariam avalizando uma fraude. A “pegadinha” dos 3 casais que mandou os homens para o Allianz Park e as mulheres para Milão, assistirem à final da Champions League, é só uma propaganda. E eficiente, pois o recado de que mulheres também gostam de cerveja e futebol, é muito fácil de ser assimilado. E como propaganda é genial, como atestam comentários em redes sociais que vão do “Uau” à inveja branca de não ter pensado nisso antes. Denunciada pelo site “Máquina do Esporte” como uma combinação com atores, a campanha também virou motivo de acusações. Mas, claro que houve algum tipo de combinação. Que houve seleção de casting, que os envolvidos sabiam tratar-se de algum tipo de promoção da Heineken, porém sem conhecer o final surpreendente da história, como testemunhou o site GoAd Media. Ou alguém acha que realmente uma pessoa abençoada é simplesmente abordada na rua e em dois minutos está pronta para viajar, ou encontrar “casualmente” uma atriz famosa no elevador e despencar para uma série de atividades emocionantes? Óbvio que há algum tipo de preparação. Mas no fundo, é só propaganda, realizada a partir de uma grande ideia. O público se divertiu com ela? Lembra da marca? Pronto, a missão foi cumprida. (Dê sua opinião na enquete ao lado)