Ação Social

VAMOS ENCHER PANELAS

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Mais de 10 milhões de pessoas passam fome no Brasil atualmente. Movimento “Panela Cheia”, iniciativa da Central Única das Favelas, do instituto Gerando Falcões e da Frente Nacional Antirracista pretende arrecadar 2 milhões de cestas básicas para distribuir em todo o país.

A ação, com apoio do grupo empresarial UniãoSP e Unesco, começa a ser divulgado nesta segunda-feira (5) através da campanha “Fome Mata. Panela Cheia Salva”, criada pela agência Africa com clipe da música tema produzida por Simoninha e Jair Oliveira. A peça tem participação gratuita de artistas como Alcione, Péricles, Fernanda Abreu, Maria Rita, Naiara Azevedo, Carlinhos Brown, Dudu Nobre, Zeca Pagodinho, Lexa e Vanessa da Mata.

O movimento foi idealizado pelas organizações que mais conhecem a realidade de comunidades vulneráveis no Brasil e é lançado em um momento de extrema gravidade. Com a pandemia do novo Coronavírus levando a milhares de mortes diárias, os impactos econômicos e sociais fizeram com que a fome se alastrasse ainda mais pelo país.

Pesquisa do Instituto Locomotiva/Data Favela aponta que quase 7 em cada dez (68%) pessoas que vivem em comunidades no Brasil tiveram piora em sua alimentação em 2021. A média de refeições diárias nestes locais é de menos de duas (1,9) e 68% dos moradores afirmam que, ao longo de 15 dias, em ao menos um faltou dinheiro para comprar comida.

A meta de 2 milhões de cestas básicas pretende ajudar a encher milhões de panelas de famílias pelo Brasil. Segundo o IBGE,  em setembro de 2020, 10 milhões de pessoas estavam em situação de “insegurança alimentar grave”, ou seja, fome.

“Este número é bem pior hoje em dia. Estamos chegando perto de uma calamidade porque a pandemia fez piorar ainda mais uma situação que já era gravíssima. A sociedade precisa ter visibilidade disso e agir rapidamente”, diz Preto Zezé, presidente global da CUFA.

Para Eduardo Lyra, criador e CEO da Gerando Falcões, é somente com a junção de forças que a situação pode melhorar. “Duas organizações da favela estão se unindo em uma só campanha, com apoio de entidades sérias e importantes. Mas precisamos de toda a sociedade sensível ao tema e trabalhando junto para solucionar o problema da fome. É desesperador ver tanta mãe de família sem comida em casa”, explica. 

“A Africa é uma agência que entende que a criatividade e a comunicação são fundamentais no diálogo, na conversa e na conexão entre as pessoas num momento de total disrupção como o que estamos vivendo. A gente usa as ferramentas, a nossa capacidade, o nosso talento e o nosso comprometimento com a sociedade para criar, estimular e promover movimentos como este”, afirma Sergio Gordilho, copresidente da agência Africa.

No site da campanha é possível conhecer mais sobre o movimento e selecionar a instituição para qual a pessoa gostaria de fazer uma doação: CUFA (projeto Mães da Favela) ou Gerando Falcões (projeto Corona no Paredão). Em ambas o valor arrecadado será utilizado para a compra de cestas básicas físicas ou digitais e que serão distribuídas pelas instituições às comunidades. 

Um dos objetivos da união de entidades é buscar mais participação de empresários na doação de cestas básicas. O UniãoSP, que em 2020 distribuiu 620 mil cestas para cerca de 3 milhões de pessoas, entra com a expertise de mobilização empresarial.

“Estamos reiterando o nosso apoio neste momento difícil e ajudando quem mais precisa. Tenho certeza que a parceria das instituições com o nosso apoio, vai, além de levar comida para inúmeras famílias, mostrar que este tipo de parceria é muito importante num momento de desespero social como o que estamos vivendo”, diz Ana Maria Diniz, do Conselho da Península Participações, uma das empresas organizadoras do UniãoSP.

Criação de Cortez Pereira e Pedro Bullos, com direção criativa de Erico Braga e Bullos e direção geral de Sergio Gordilho.

Produção conjunta da Delicatessen, Produka e Rehbling Jr. Filmes, com direção de Martin Toro, Pedro Costa, Pedro Miguel Oliveira, Renan Benedito, Rodrigo Ferrari, Rodrigo Moreira, Rodrigo Pirim e Wellington Galdino.

Áudio da S de Samba com direção musical de Jair Oliveira e Wilson Simoninha e produção de Pedro Caldas.

Aprovação de Celso Athayde e Fernanda Viola.