GAD DEBATEU MARCA & CULTURA

Betania Tanure, especialista em cultura, abriu a segunda temporada do programa “Transforming Gad”, comandado pelo CEO e fundador do Gad, Luciano Deos. A convidada falou sobre cultura organizacional e qual a sua correlação com a marca de uma organização?

A sócia-fundadora da Betania Tanure Associados, também consultora de desenvolvimento empresarial, saúde e vitalidade corporativa,abordou com Deos a pandemia e o impacto da crise no ambiente corporativo.

Para Betania Tanure, “cultura é o que cola o dia a dia de uma organização, é o jeito de ser da Natura, o jeito de ser da Gerdau, da Ambev. Ela depende de estrutura, processos, do propósito. É ela que dá a liga entre estratégia, estrutura, processos, propósitos, dá vida às lideranças, faz as pessoas agirem. Tudo isso de maneira silenciosa”, resumiu a empresária.

Os dois grandes pilares que estruturam a cultura organizacional, segundo ela, são o país onde a organização está inserida e o reflexo das estruturas de poder, como fundadores, acionistas, C-Level e outras lideranças.

Luciano Deos levou as ponderações da convidada para situações atuais do cenário empresarial.

“Consultorias de marca também têm trabalhado o tema cultura, mas muitas vezes de maneira confusa e equivocada. Isso pode gerar no cliente uma expectativa excessiva de entrega em termos de cultura. É preciso deixar claro os pilares que estão sendo trabalhados para que isso não aconteça”, afirmou. 

Betania também ressaltou que uma empresa de sucesso só constrói uma marca de propriedade quanto esta marca tem consistência com o que a empresa é, com a forma que ela age.

“É preciso ter consistência com a cultura organizacional, mas por outro lado, são habilidades que demandam um conjunto de competências completamente diferentes. Para gerir uma marca é necessário ter um lado mais objetivo, e quando se trata de cultura, é outro tipo de ferramenta e instrumento, metodologicamente falando”, esclareceu.

Deos acrescentou que atualmente há um costume de se olhar marca como um instrumento de expressar a cultura e a proposta de valor.

“Trata-se de conectar as pessoas. O mundo está cheio de estratégias maravilhosas, mas que nem sempre são bem expressadas. É preciso fazer com que as pessoas compreendam isso, e por isso estou cada vez mais convencido de que colocar vários agentes neste processo criativo enriquece muito a construção da marca”, explicou.

Sobre a pandemia, Luciano Deos e Betania Tanure salientaram o ineditismo da crise em termos sanitários, afetivos e antropológicos, muito além do financeiro. A imprevisibilidade do cenário da covid-19 é o que mais abala o mercado.

“Os executivos são muito habilidosos em lidar com crise econômica, financeira. Só que a pandemia mexeu com o emocional, mudou o jeito de trabalhar, viver e consumir, tudo isso em um ambiente de incerteza. Isso faz com que a cultura seja o fio terra, é ela que segura aquela pessoa na organização com um grau de incerteza menor do que o ambiente como um todo gera”, concluiu Betania.

No próximo episódio, a ser realizado nesta próxima quinta-feira (24), Luciano Deos conversa com Tiago Mattos, investigador de Futuros, sobre o tema “Marca & Estratégia”.