Memória

UM GÊNIO TAMBÉM NA PROPAGANDA

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Humorista, apresentador, escritor dramaturgo, diretor teatral, ator e músico quando se arriscava no bongô, Jô Soares também foi um craque na propaganda.

Ainda no início de carreira, que começou com participação na “Praça da Alegria” e atuando na novela “Ceará Contra 007” na TV Record, estreou na publicidade em comercial para o biscoito Tostines, criado pela DPZ.

Em 1968, já como um dos integrantes do time campeão de humor da “Família Trapo”, atuou com Renato Corte Real, Edgarg Gianullo e Paulo Goulart em filme do grupo Atlântica de Seguros.

Nos anos 80, já um dos principais nomes do elenco de humor da Globo, contracenou com a atriz Ana Maria Dias em comercial para a massa de tomate Pomarola, da Cica.

A campanha mais icônica da qual participou em sua carreira, porém, foi sem dúvida do lançamento da telefonia celular da Telesp, em 1994, ano em que comandava o talk show “Jô Soares Onze e Meia”, no SBT.

Criada pela agência Agnelo Pacheco e composta por cinco comerciais, com investimento de US$ 2,5 milhões, a campanha foi premiada em 1995 no Festival de Londres.

Nos filmes, Jô vive situações inusitadas em que o celular torna-se sua salvação, em meio a uma enchente, como padre celebrando um casamento ou resolvendo um problema familiar com a filha.

Criador de personagens que permanecem na memória dos brasileiros, como Gardelon, Capitão Gay, Norminha, Reizinho e Zé da Galera, além, é claro, do mordomo Gordon da “Família Trapo”, Jô aprendeu cinco idiomas: inglês, francês, espanhol e italiano, além do português e de arranhar o alemão.

Quase diplomata, utilizou toda sua educação para fazer um humor fino, rápido e inteligente. O Brasil perdeu um grande cidadão, o humor um de seus maiores artistas, e a propaganda um ator brilhante.

José Eugenio Soares, nascido no Rio de Janeiro  em 16 de janeiro de 1938, morreu nesta sexta-feira (5) em São Paulo aos 84 anos.