Entrevista

SOUL TV SE PREPARA PARA O FUTURO DO STREAMING

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Ricardo Godoy

Ricardo Godoy, CEO e fundador da Soul TV, plataforma global de canais de TVs para streaming, nesta entrevista fala sobre o segmento, novidades e futuro.

Com mais de 25 anos de experiência no mercado publicitário, o executivo já atuou no desenvolvimento e implementação de núcleos de serviços digitais em diversas empresas.

Através da tecnologia aplicada à Comunicação e Marketing com foco em Branding, Godoy já passou por empresas como Litokromia, EnergiaYR, Ação, empresa de premedia do grupo WPP, Arizona, Hype e Burti.

A Soul TV é uma plataforma gratuita e interativa de canais de TV presente em mais de 197 países. A operação conta com mais de 187 canais e mais de 400 mil usuários cadastrados.

Recentemente, a Soul TV estabeleceu acordo operacional mundial com Samsung e LG que, juntas, detêm 90% do mercado brasileiro de TVs conectadas.

Desde setembro de 2021 quando começou a operar no Brasil, a Soul TV registra rápido crescimento. Além do acordo global com Samsung e LG, o que a faz evoluir no país em termos de usuários?

Cada canal que entra por conta de seu conteúdo acaba trazendo novos usuarios e o boca a boca por conta de ser gratuito e temos também a entrada por meio do mobile via Android e IOS.

Plataformas gratuitas, como o iG na Internet e a Soul, dependem basicamente de publicidade como receita. O mercado anunciante já responde satisfatoriamente?

No primeiro momento, o foco da Soul TV foi escalar, e posteriormente, buscar a monetização por meio da publicidade, mas com outros formatos que estamos estudando para aplicar na plataforma que não impactem a forma de ser gratuita para entrada.

Por que o mobile é apontado como responsável pelo número de cadastrados se o Brasil ainda é um país cuja maior parte da população ainda tem a TV como principal entretenimento?

A facilidade de baixar e cadastrar leva o mobile que está na mão do consumidor e posteriormente ele migra para a grande tela para consumir o conteúdo. Existe ainda uma falta de hábito do consumidor interagir de forma plena com as Smart TV´s.

Com mais de 190 canais disponíveis você entende que já consegue atender a demanda dos usuários em termos de diversificação de programas?

Em parte sim, já temos conteúdos regionalizados do Brasil inteiro mas acredito que estamos em crescimento e com espaços tanto para conteúdos de nicho como de grande abrangência nacional.

Você declarou recentemente que a Soul TV tem investido na criação de novas formas de inserções publicitárias. Como está funcionando a propaganda em real time nos horários de maior audiência?

Estamos na fase de desenvolvimento de uma forma proprietária de inserções de anúncios, algo híbrido pois não acredito que fast tv e a mídia programática sejam o único caminho para o futuro do segmento. Na prática, o que tenho visto é um leilão reverso viciado em baixar o valor do cpm, o que no médio e longo prazo pode promover crash neste setor e se o mercado encolher em receita todos irão perder. Precisamos pensar na cadeia de valor e promover o crescimento do mercado e não o contrário.

E o T-commerce, através de publicidade interativa e endereçável? qual o resultado?

Aqui está um bom caminho mas que exige uma mudança cultural e a criação de um novo hábito de consumo. No Brasil engatinha, mas no continente asiatico galopa. Isso significa que vai chegar aqui e uma prova é a aquisição do WalMart com as Smart Tv ́s VIZIO. Tecnologicamente estamos estruturados para isso e estamos desenvolvendo mais ferramentas além de estabelecer parcerias para realmente fazer esse negócio dar certo no Brasil. Em breve nós teremos cases para apresentar.

Qual a posição da Soul TV brasileira em relação aos países onde ela chegou primeiro? A expansão para a América Latina é um projeto realizado a partir do Brasil?

Estamos em 197 países e temos usuários espalhados no mundo todo, como Estados Unidos, Portugal, China e entre outros, contudo a maioria está aqui no Brasil e soma meio milhão de usuários. Estamos consolidando a América Latina, e posteriormente conquistando a audiência latina na América do Norte e nos demais continentes.