Memória

A ÚLTIMA ENTREVISTA

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Washington Olivetto morreu neste domingo (13) aos 73 anos no Rio de Janeiro

Minha primeira entrevista com Washington Olivetto foi há 35 anos. Eu fazia um trabalho para a revista “Propaganda” antes de assumir a redação do “Propmark”.

Ele já era considerado um gênio da propaganda, o “Golden Boy” da propaganda brasileira. E assim foi até este domingo (13) quando faleceu no hospital Copa Star, no Rio de Janeiro.

Radicado em Londres nos últimos anos, foi de lá que combinamos aquela que seria sua última entrevista para mim. Pedi seu depoimento para a seção “Inspiração”, publicado em março (assista no final da matéria).

Como sempre solícito, apontou inspiradoras campanhas da Almap e da BBDO, onde nunca trabalhou.

Nessas três décadas de convivência só tenho a agradecer a forma como me tratou. Como me ensinou com sua técnica de redação sucinta, com seus livros, com sua obra.

Claro que nossa convivência foi mais fácil pelo corintianismo de ambos. Criador da “Democracia Corintiana”, encheu de orgulho os torcedores do time.

Acompanhei jornalisticamente a carreira de Olivetto desde a DPZ, passando pela W/GGK a partir de 86, W/Brasil a partir de 89 e sua associação com a McCann a partir de 2010.

Gigante multinacional, uma das mais antigas agências do setor, a McCann abriu mão pela primeira vez para incluir o “W” em sua marca.

O legado de Washington vai ficar para sempre. Do primeiro Leão de Ouro do Brasil em Cannes com “Homem de mais de 40 anos”. Da campanha “Garoto Bombril”, publicidade que estreou no Guinness. Do icônico “Primeiro Sutiã”, do comercial “Hitler”, um dos 100 melhores do mundo.

É difícil descrever todos as outras grandes campanhas que ele criou. Para Rider, para Unibanco, Cofap, Vulcabrás.

Washington Olivetto deixa também um exército de criativos que aprenderam com ele a arte de fazer propaganda de forma simples, divertida e eficiente.