Televisão
O GÊNIO CARLITO MAIA EM DOC NA CULTURA
Publicado em“As putas ao poder. Seus filhos fracassaram”.
Não há registro confiável de que essa frase seja de Carlito Maia. Mas se não for, poderia ser, tamanha sua criatividade em criar frases de efeito, irônicas e divertidas.
A obra do “Publicitário do Ano de 1979” do prêmio “Colunistas” pode ser revista no documentário “Um Criador Infernal”, com direção de João Batista de Andrade, que a TV Cultura exibe nesta quarta-feira (13) às 22 horas.
Em meus 12 anos como diretor de Redação do “Propmark”, entre 1990 e 2002, tive a honra de editar suas famosas “Carlitadas”.
Em telefonemas semanais, ele lia para mim a frase, sempre imediatamente aprovada, antes de passar por fax.
Além da icônica “Brasil? Fraude Explica”, são suas, por exemplo, as frases “Quando me fecham as saídas saio pelas entradas”, e “Não peça desculpas. Faça tudo de propósito”, entre tantas outras.
Primeiro colocado no exame da Escola de Propaganda do Museu de Arte Moderna, em 19 de fevereiro de 1954, iniciou uma carreira que inclui a McCann-Erickson, Norton, Alcântara Machado, Magaldi, Maia & Prosperi ), P.A. Nascimento, Estúdio 13, Esquire e, finalmente, na Rede Globo, onde permaneceu por mais de 20 anos.
Um dos fundadores do PT, para o qual criou os slogans “Lula-lá”, “OPTei”, declarou que deixaria o partido quando este chegasse ao poder.
Não deu tempo, morreu em junho de 2002, antes da eleição vencida pelo partido que levou Lula à presidência do país.
Carlos Maia de Souza nasceu em 19 de fevereiro de 1924 em Lavras, Minas Gerais, e antes da profissão que o consagrou trabalhou como office boy.
Na sua Magaldi & Maia criou as marcas “Jovem Guarda”, “Calhambeque, “Ternurinha” e “Tremendão” para o programa que fez sucesso nos anos 60. Também criou a série “Vigilante Rodoviário” e campanhas como Guie Sem Ódio, em 1983, contra a violência no trânsito, e o Futeboys, campeonato de futebol de office boys, promovido pela Rede Globo.
Nos anos 1980, 1990 e início dos 2000, quando ainda trabalhava na TV Globo, enviava flores com bilhetes para artistas, músicos e atores. Segundo Eugênio Bucci, quem recebia um buquê de flores do Carlito Maia, era a indicação de que estava no caminho certo.
Estão no documentário depoimentos de amigos e familiares de Maia, como Eugênio Bucci, jornalista e professor; Tereza Rodrigues, companheira de Carlito Maia, Maria Luiza Maia, psicanalista e filha de Carlito Maia, Maurício Maia, produtor de TV e filho de Carlito Maia, Luiz Henrique Romagnoli, jornalista, radialista e pesquisador da vida de Carlito Maia, Boni, Ronnie Von, Ricardo Kotscho, Nilton Travesso, Caio Carvalho, a cantora Wanderléa e e João Pedro Stedile, líder nacional do MST.